Erro como aprendizagem

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Com frequência ouvimos dizer que "Errar é humano”. E é facto que, no nosso dia a dia, todos vamos errando, seja com grandes ou com pequenas falhas. 

Porém, vivemos a tentar evitar os erros, não correndo riscos, nem saindo da nossa zona de conforto. Mas será que temos noção que os nossos erros e fracassos são excelentes oportunidades de aprendizagem e de crescimento? 

 Desde cedo somos programados para considerar que errar é mau. Essa crença cresce connosco e muitas vezes perdemos a oportunidade de aprender com esses erros, a ter falta de coragem e a ter medo de arriscar em situações futuras.

Na verdade, hoje, ao mesmo tempo que ainda vemos o erro como reflexo de um fraco desempenho, também sabemos que ele é inerente ao processo criativo, de inovação e construção de soluções disruptivas.

Ou seja, os erros geram oportunidades preciosas para o processo de aprendizagem.  

Mas então, por que razão não ajudamos os estudantes a encararem os seus erros como uma mais-valia?

Na verdade, os estudantes lidam com o erro sobretudo de forma emocional. Geram-se sentimentos de incapacidade; vergonha; medo;… Por exemplo: quando recebem um teste com uma nota abaixo do esperado, escondem o teste para que ninguém o veja; ou quando respondem ao professor sem grande certeza da resposta, escondem a cara ou fazem-no em tom de voz mais baixo.

Mas é importante falar sobre os erros e aceitá-los como naturais à condição humana, pois na verdade todos erramos.

Sendo assim, como podemos ajudar os nossos filhos, nos trabalhos de casa, no tempo de estudo ou quando recebem um teste?

. Deve-se valorizar os pequenos sucessos diários

Aprende-se fazendo, errando e superando os insucessos… Nenhum violinista aprende a tocar uma peça do princípio ao fim. Toca, pára, repete, erra, insiste e toca de novo, avança e recua para melhorar…

. É determinante refletir sobre o motivo do erro

Saber apenas que a resposta está errada, não significa nada. Os erros acontecem por razões concretas: não saber; não executar os passos necessários do processo; não ler o enunciado ou as instruções… Quando as crianças e os jovens conseguem perceber qual é a razão do erro poderão procurar a melhor estratégia que permitirá corrigi-lo.

Depois de se verificar o motivo do erro, é importante:

. Ajudá-los a construir as próprias estratégias, por exemplo:

        - técnicas de leitura focalizada dos enunciados: sublinhar as palavras chave; organizar os dados do problema;…

     - técnicas de verificação para detetar e corrigir erros, por exemplo num cálculo ou procedimento; na resposta a uma pergunta de interpretação;….

Por último, deve-se dar oportunidade de aprender com os eventuais erros e passar a aplicar estas técnicas em novas situações para que, assim, comecem a interpretar os erros como oportunidades de aprendizagem!

Por outro lado, se o erro for visto como um fim em si, poderá ser entendido como um sinal de incapacidade. E esse não é o caminho.... Devemos ter sempre em consideração que as perceções favoráveis geram confiança durante a aprendizagem, motivação intrínseca e persistência para os desafios que se vão colocando. Quando o erro é reconhecido como oportunidade de aprendizagem os estudantes arriscam mais, partilham o que pensam, descobrem novos caminhos e soluções.

Eles, como nós, precisamos de desenvolver uma atitude positiva em relação ao erro. Se sentirmos medo, vamos em frente; se errarmos, corrigimos… isto sem nunca desistir de tentar novas soluções, porque se aprende sempre e para sempre!

 Em suma, é importante, desde cedo, sabermos lidar com o erro de forma saudável e construtiva.

 

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