Como estimular o gosto pela atividade cultural?

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Como pais, vamos tentando que os nossos filhos tomem contacto com diferentes tipos de atividade cultural e até ficamos contentes quando a escola inclui no seu plano de atividades e visitas de estudo a ida a museus, a exposições ou a espetáculos.  

Pese embora isto assuma grande importância, será vital que desde cedo sejam habituados a contactar e a participar em atividades culturais, de forma regular, percebendo que a família também valoriza este tipo de vivências.

Pode ser teatro ou cinema, espetáculos ou idas aos museus, na nossa cidade ou noutra, no nosso país ou não. Importante é treinar o olhar e o sentir para alargar horizontes e dar-lhes mundo.

Mas atenção, embora possamos pensar que pelo facto de os levar ao cinema ou a um atelier de música para crianças uma vez por mês estamos a cumprir uma agenda cultural rica e diversificada, desenganemo-nos. Na verdade, só há uma maneira viável de estimular o gosto pela atividade cultural de forma consistente e duradoura: é tornar isto parte integrante da nossa rotina familiar e construir memórias intensas e positivas destes momentos.

E como poderemos fazê-lo?

Desde cedo, deveremos pensar neste assunto de forma intencional e estruturada. Será importante começar por definir as principais referências culturais que gostaríamos de lhes passar, seja no âmbito das artes performativas, das artes plásticas, da história, da ciência e da música, ou da cultura local e universal.

Depois importa criar uma rotina negociada por todos. Por exemplo, aos sábados de manhã, quinzenalmente, vamos realizar uma atividade. A escolha do tipo de atividade também é determinante. Desde logo, não deveremos cingir-nos a atividades dirigidas especificamente para crianças. Há uma panóplia de oportunidades na oferta cultural local que deve ser aproveitada com as necessárias adequações em termos horários e duração.  Se se tratar de algo para mais crescidos, o único cuidado será enquadrar o olhar da criança. Teremos, no entanto, de estar disponíveis para atender ao seu ritmo, ao seu imaginário e às eventuais questões que possa querer levantar.

- Diversificar o tipo de atividades pode revelar-se altamente motivador. Podermos ir a espetáculos, ao museu, visitar monumentos ou organizar um raid fotográfico (temático ou não, com o telemóvel ou com máquina fotográfica) na zona onde vivemos, fazer uma publicação, um cartaz,…  

Com ajuda da NET, os pais podem planear antecipadamente uma visita e organizar por exemplo pequenos guiões onde podem incluir questões (cuja resposta terão de encontrar ao longo da visita) e passatempos (palavras cruzadas, sopas de palavras, ver as diferenças,…).

Será ainda de sublinhar que, a atividade cultural não acontece só fora de casa. Podem ser ideias trabalhadas em família, a partir de livros de artes, por exemplo fazendo desenhos, colagens, powerpoints sobre determinados artistas ou correntes estéticas. 

Podemos expô-los a géneros musicais diversificados, para além das suas preferências etárias. Isto passa desde logo pela escolha das estações de rádio que ouvimos no carro e a seleção de play-lists ou dos CDs e vinis que ouvimos em conjunto e sobre os quais falamos.

Para crianças pequenas, mais importante do que cumprir um guião, é contar com a colaboração deles na elaboração do próprio guião. Desta forma estão a organizar de forma estruturada e previsível a atividade que vão realizar. E, durante ou após a atividade, em família, poderão fazer desenhos representativos do que viram e sentiram e, para os que não sabem escrever, narram a experiência e os pais registam. O registo pode ser complementado com fotos, bilhetes de entrada, postais, … de maneira a fazer um álbum, um painel de memórias que fique como motivação para próximas aventuras culturais.    

Gradualmente e com o crescimento haverá fases em que vão reclamar e tentar escapar a estas incursões culturais… A TV, a play-station e o sofá são mais tentadores, mas cabe-nos a nós o papel de insistir, resistir e concretizar pois acabarão por reconhecer que valeu a pena.