Brinquedos informais, brincadeiras originais

Colégio Efanor Colégio Efanor

Sabemos da importância do BRINCAR para o desenvolvimento saudável e equilibrado da criança mas também temos consciência que deve estar preparada para lidar com os desafios do mundo atual… e tendemos a colocar estas duas balizas em campos opostos, oferecendo aos nossos filhos um sem fim de estímulos que devem ser repensados…

Ora vejamos:

A criança quando brinca desenvolve a imaginação e a criatividade, realiza no plano simbólico as ações do mundo dos adultos, desenvolve a socialização, a interação, a atenção, a imitação e a memória, expressa os seus gostos, desenvolve a personalidade, descobre os seus limites e potencialidades, aprende a falhar e a tentar outra vez e é desta forma que vai compreendendo o mundo.

Cheios de boas intenções por vezes exageramos na compra de jogos, livros, bonecos, tecnologias e livros de atividades com objetivos específicos. Queremos facilitar as brincadeiras e nesse processo ajudá-los a desenvolver competências que consideramos imprescindíveis num mundo que sabemos exigente e competitivo…

Porém, para brincar, os nossos filhos não precisam de muitos jogos estruturados, de muitas atividades orientadas nem tão pouco de materiais muito específicos… precisam sim de ter tempo para serem crianças e para recriarem o mundo através da imaginação!

Certamente já todos experienciamos esta situação: oferecer um brinquedo fantástico, cheio de cores, botões, funções e sons e perceber que este despertou à criança muito menos interesse do que o papel de embrulho que serviu para rasgar, abanar, amachucar ou que rapidamente se transformou numa capa de cavaleiro ou num tapete voador!

A mente das crianças é absolutamente mágica e imaginativa e a interação que estabelecem com os objetos não depende da natureza do objeto mas sim da função que a criança lhe atribui! E, por isso, os jogos com uma só função ou solução nem sempre são os mais desafiadores. Isto inclui os jogos dos telemóveis e tablets e aqueles que são propostos em livros de atividades. Com eles a criança vai, sem dúvida, desenvolver algumas competências específicas, mas vai ter brinquedos sem brincadeira… perdendo a oportunidade de imaginar para além daquilo que lhes apresentamos. Isto não quer dizer que estes não sejam importantes, mas devemos permitir e até estimular que brinquem também com objetos que não são necessariamente brinquedos.

Nesta ótica tudo vale: pratos, copos, talheres, bacias, tachos, baldes, pás, terra, água, flores, paus, cordas, roupas, caixas e papéis, revistas ou jornais que já não usamos, almofadas, garrafas e embalagens… todos estes são objetos que promovem a descoberta e quando os experimentam os nossos filhos descobrem para eles diferentes funções e criam diferentes brincadeiras, recriando o mundo à sua maneira!

Se os deixarmos brincar sem condicionar os objetos de brincadeira, eles serão capazes de se entreter com maior facilidade, serão mais criativos e mais entusiastas na procura da interação com os outros e será muito mais fácil e prazeroso levá-los a passear e a descobrir o mundo… porque a cidade, a praia, o campo, a montanha ou as casas desconhecidas serão sempre palco de novas descobertas e experiências mágicas, imaginativas e fantásticas.  

comentar

comentar